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domingo, 10 de dezembro de 2017

UniCeub Brasília Tri-Campeão na Liga Sul-Americana 2015

Domínio na primeira fase, vitórias emocionantes na semi e brilho de Deryk Ramos na final contra o San Martin de Corrientes, eis a trajetória do Brasília até o histórico título da Liga Sul-Americana 2015. Com este título, a agremiação se igualou ao Atenas de Córdoba, da Argentina, ambos tendo três títulos cada, sendo os maiores vencedores de até então na liga. Ademais, Guilherme Giovannoni e Arthur Belchor, presentes nos três títulos, igualaram-se a Diego Osella no seleto grupo de jogadores que conseguiram três títulos da competição.

A trajetória do UniCEUB/BRB/Brasília até o título da Liga Sul-Americana 2015 começou logo na eliminação da equipe nas quartas de final do NBB 2014-15, no qual o time candango teve sua pior campanha na fase de classificação em toda sua história na competição (10º lugar), só conseguindo a classificação para o torneio continental por ter avançado das oitavas às quartas de final, terminando a disputa na 6ª colocação geral. Apesar da campanha irregular, o time da capital do país conseguiu garantir uma vaga na Liga Sul-Americana, com isto ganhando a oportunidade de se redimir.

Para a temporada 2015-2016, o Time dos Lobos Guarás foi ao mercado e contratou cinco reforços – os armadores Deryk Ramos, ex-Limeira, e Jefferson Campos, que estava no Pinheiros, os alas Diego, ex-Palmeiras, e Pilar, ex Paulistano, e o pivô André Coimbra, que havia disputado o NBB por Franca. Além disso, a equipe manteve no elenco seus principais atletas, como o armador Fúlvio, o ala Arthur, os alas-pivôs Guilherme Giovannoni e Lucas Cipolini, e o pivô Ronald Reis.

Após uma boa preparação na Argentina, onde fez uma turnê de amistosos na sua Pré-temporada, a equipe do técnico José Carlos Vidal teve como primeiro compromisso oficial na temporada a própria Liga Sul-Americana. Em Santiago, no Chile, o esquadrão do Distrito Federal ficou com a liderança do Grupo B do torneio ao levar a melhor sobre Quilmes, da Argentina (93 x 76), e Colo-Colo, do Chile (79 x 64), nas duas primeiras rodadas. Mesmo com a derrota para o Atenas, do Uruguai, na rodada final, por 101 x 91, a classificação à Segunda Fase e a liderança da chave estavam garantidas.

Na fase semi-final, realizada em Montevidéu, no Uruguai, o Brasília teve como adversários o Obras Sanitarias e o Quilmes, ambos da Argentina, e o Malvin, do Uruguai. Neste dificílimo quadrangular, o time brasileiro venceu todos os duelos, ficando com a liderança do Grupo E e avançando à Final. Na primeira rodada, sufoco contra o Obras (72 x 68). Depois, confirmação da vaga na decisão com o emocionante triunfo sobre o anfitrião Malvin, decretado com uma enterrada de Ronald Reis nos últimos segundos (77 x 75). Já classificado, o time candango fechou sua participação na fase com novo triunfo sobre o Quilmes (73 x 69).

Com a vaga na final garantida, o Time dos Lobos Guarás somente aguardou a definição do adversário do Grupo F, que contava com a presença de dois clubes brasileiros, o Mogi das Cruzes e o Franca, sem que nenhum deles tenha conseguido o acesso à decisão, que ficou nas mãos do San Martin de Corrientes, que estava invicto antes da disputa do título contra Brasília, com seis vitórias em seis partidas na Sul-Americana 2015 (100% de aproveitamento).

Mesmo com o retrospecto positivo dos argentinos, o Brasília partiu para cima com atitude, e começou a final vencendo. Atuando ao lado de sua torcida, no Ginásio da ASCEB, a equipe comandada pelo técnico José Carlos Vidal levou a melhor no primeiro jogo de maneira dramática, com uma bola de 3 de Deryk Ramos nos segundos finais da prorrogação, vencendo por 94 x 92. No final, Deryk deixou a quadra com expressivos 28 pontos, sete assistências e com a moral lá em cima.

Com aproximadamente cinco minutos de bola em jogo, o Brasília sofreu uma perda crucial: o armador Fúlvio. Após infiltração pra cima da defesa argentina, o camisa 11 da equipe candanga pisou no pé do pivô adversário e torceu o tornozelo, o que o impossibilitou de atuar no restante da partida. Entrou em cena então o jovem armador reserva Deryk Ramos. E entrou para fazer história, pois dali em diante ele escreveu sua história, vindo a ser aclamado MVP da Liga Sul-Americana 2015!

Na primeira partida da final, depois de ver o San Martin ser superior no primeiro período e abrir dez pontos (23 x 13), o Brasília entrou na segunda parcial com outra pegada e mudou a história da partida. Melhores na defesa e precisos nas finalizações, os donos da casa ganharam a etapa por 26 x 15 e foram para os vestiários na frente por 39 x 38. Na reta final do último quarto, o San Martin chegou a abrir cinco pontos de frente (79 x 74) restando pouco mais de três minuto para acabar. No entanto, o Brasília reagiu de maneira espetacular, emplacando uma corrida de 9 x 0 em pouco mais de um minuto e meio e virando o jogo para 83 x 79 quando o cronômetro apontava menos de dois minutos para o fim. Apesar dos quatro tentos de vantagem, os donos da casa não souberam administrar a diferença adquirida e permitiram a reação do argentinos. Mesmo com diversos erros no minuto final, os argentinos empataram a partida após erro de lance livre de Ronald a sete segundos do fim (84 x 82) e linda bandeja de Ciorciari no contra-ataque no estouro do cronômetro: 84 x 84.

Primeiro jogo da final em Brasília

Na prorrogação, restando 25 segundos para o fim, o San Martin vencia por 92 x 91. Após 19 segundos de posse trabalhada pelo time brasiliense, Deryk efetuou um arremesso de 2 pontos sobre o pivô norte-americano Jeremiah Wood, que o marcou bem e impediu a cesta. O rebote de ataque ficou com Lucas Cipolini, que rapidamente passou para Giovannoni aberto no perímetro. Marcado, o ala-pivô chegou a fintar um defensor, mas não encontrou espaço para o arremesso, preferindo acionar a Deryk, que livre na linha de 3 pontos, converteu o arremesso longo faltando 1,6 segundos para o fim: UniCeub Brasília 84 x 82 San Martin.

Deryk Ramos, com apenas 21 anos, mostrou a personalidade de um veterano, deixando a quadra com impressionantes 28 pontos e 7 assistências, vindo do banco e se tornando o responsável pela bola da vitória. Além de Deryk, outros dois jovens jogadores fizeram a diferença no triunfo do Brasília: o pivô Ronald Reis foi responsável por um duplo-duplo: 13 pontos e 12 rebotes, e o ala-armador Jéfferson Campos deixou a quadra com 12 pontos e 6 rebotes. Ambos apareceram em momentos cruciais da partida e tiveram grande parcela de contribuição no resultado obtido.

Como teve a melhor campanha antes da decisão, o San Martin de Corrientes foi dono do mando de quadra na final e por isso teve o direito de disputar as duas partidas finais da decisão em sua casa. Mas nem o mando de quadra foi capaz de parar o Brasília. Em Corrientes, a equipe do Planalto Central se impôs. O título foi conquistado com um nova bola de 3 pontos de Deryk praticamente no estouro do cronômetro.

Brasília vs San Martin em Corrientes

Para acertar a bola da vitória mais uma vez, Deryk precisou mostrar personalidade e maturidade para se recuperar de um erro que poderia ter custado o jogo. Quando os candangos venciam por três pontos (79 x 76), o jovem fez uma falta no ato do arremesso de 3 pontos no jogador argentino e assim deu a ele três lances livres restando cinco segundos para o fim. O adversário não desperdiçou as cobranças e empatou o jogo. Mas quando teve a posse, Deryk não se abalou, recebeu belo passe de Giovannoni e acertou a bola de 3 pontos com menos de um segundo para acabar, dando a vitória e o título ao time brasileiro. A história do Jogo 1 se repetiu, Deryk voltou a aparecer no fim, a equipe do Distrito Federal tornou a bater o San Martin, desta vez em Corrientes, na Argentina, por 82 x 79, fechando a série melhor de três da decisão em 2 x 0, sem a necessidade de uma terceira partida também em Corrientes. O time do técnico José Carlos Vidal ficou com o título e acrescentou seu terceiro troféu da Liga Sul-Americana na história.


Ao final do segundo duelo, no qual somou 19 pontos e foi o cestinha do Brasília mais uma vez, Deryk Ramos, de apenas 21 anos, foi eleito o MVP da Final da Liga Sul-Americana. Somando as duas partidas da decisão, o armador acumulou média de 23,5 pontos e foi considerado “o cara” do título da agremiação da capital do Brasil. No total, Deryk foi o quarto maior anotador do torneio, com 104 pontos e média de 13,0 tentos por partida.

Deryk Ramos, herói e MVP da Final

Mas não há como falar do tricampeonato do Brasília sem falar de outros nomes cruciais na conquista, como Ronald Reis, Jefferson Campos e Guilherme Giovannoni. O primeiro mostrou uma evolução assustadora em relação aos anos anteriores e foi um verdadeiro monstro na Sul-Americana, com direito inclusive a bola da vitória sobre o Malvin que selou a classificação candanga à final do torneio. Guilherme Giovannoni mostrou que é incansável e aos 35 anos o ala-pivô registrou 14 pontos e 9 rebotes na partida do título e deixou a quadra com 17 de eficiência. De quebra, o jogador foi o segundo maior cestinha da Liga Sul-Americana 2015, com média de 15,9 pontos, além de ser o terceiro maior reboteiro, com 7,1 sobras por jogo, atrás apenas de seu companheiro de equipe Ronald Reis (7,3) e do pivô norte-americano Jeremiah Wood, do San Martin (8,4), que ainda foi o cestinha do torneio, com média de 18,5 pontos por duelo.

E por falar em leitura de jogo, como não citar o armador Fúlvio, que superou uma torção no tornozelo sofrida no Jogo 1 da Final e comandou o Brasília com tamanha maestria não só em Corrientes, mas em toda a Liga Sul-Americana. Já o experiente ala Arthur também foi um dos heróis da conquista, principalmente no primeiro duelo, em que retornou às quadras após quase um mês parado e registrou 21 pontos, sendo 16 deles no terceiro quarto. Cipolini, Pilar, André Coimbra, Diego Pinheiro, Victor Pureza, Bruno Felipe e todos os demais componentes do elenco, incluindo os integrantes da comissão técnica, também tiveram suas parcelas de contribuição, sejam elas dentro ou fora de quadra. Essa união e força do grupo fizeram do Brasília um grande merecedor do título.


Confira os resultados do Brasília na Liga Sul-Americana 2015:

Primeira fase – Grupo B (Santiago – Chile) – 13 a 15 de outubro

Quilmes de Mar del Plata (ARG) 76 x 93 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília

UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 79 x 64 Colo-Colo (CHI)

UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 91 x 101 Atenas (URU)

Fase semifinal – Grupo E (Montevidéu – Uruguai) – 10 a 12 de novembro

Obras Sanitarias (ARG) 68 x 72 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília

UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 77 x 75 Malvin (URU)

Quilmes de Mar del Plata 69 x 73 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília

Final – Brasília x San Martín de Corrientes (ARG)

Jogo 1 (em Brasília (DF)): UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 94 x 92 San Martín
Parciais: 13 x 23 / 26 x 15 (39 x 38) / 27 x 28 (66 x 66) / 18 x 18 (84 x 84) / 10 x 8 (94 x 92)
Brasilia: Fulvio Chiantia (0), Jéfferson Campos (12), Arthur Belchor (21), Guilherme Giovannoni (11) e Ronald Reis (13).
Téc: José Carlos Vidal. Banco: Deryk Ramos (28), Diego Pinheiro (0), Henrique Pilar (3), Lucas Cipolini (6) e André Luiz Coimbra (0).
San Martin: Diego Ciorciari (9), Larry O'Bannon (13), Matías Lescano (14), Aleksandar Georgiev (5) e Jeremiah Wood (24).
Téc: Sebastián González. Banco: Enzo Cafferata (0), Mateo Bolivar (5), Miguel Gerlero (11), Mariano Fierro (8) e Matías Bortolin (3).

Jogo 2 (em Corrientes (ARG)): San Martín 79 x 82 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília
Parciais: 17 x 16 / 18 x 26 (35 x 42) / 18 x 18 (53 x 60) / 26 x 22 (79 x 82)
Brasilia: Deryk Ramos (19), Jéfferson Campos (9), Arthur Belchor (3), Guilherme Giovannoni (14) e Ronald Reis (9).
Téc: José Carlos Vidal. Banco: Fulvio Chiantia (6), Diego Pinheiro (4), Henrique Pilar (2), Lucas Cipolini (13) e André Luiz Coimbra (3).
San Martin: Diego Ciorciari (13), Miguel Gerlero (7), Matías Lescano (13), Mariano Fierro (12) e Jeremiah Wood (17).
Téc: Sebastián González. Banco: Enzo Cafferata (3), Mateo Bolivar (3), Larry O'Bannon (4), Aleksandar Georgiev (7) e Matías Bortolin (0).

UniCEUB Brasília: Campeão Sul-Americano de 2015

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