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quinta-feira, 1 de maio de 2014

NBA Cares no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro: um dia histórico!

No dia 12 de outubro de 2013, um sábado, Chicago Bulls e Washington Wizards fizeram o primeiro jogo de times da NBA na América do Sul na história. Um dia antes, na sexta-feira, 11, o NBA Cares, ação social da Liga Profissional de Basquete dos EUA esteve no Complexo do Alemão.

As tabelas simples e pequenas, mesmo não sendo improvisadas, mostram que o "dono" da quadra da Vila Olímpica do Complexo do Alemão é o futebol. Ao fundo, atrás de uma das traves, no palco, a imagem gigante era a do time do Barcelona comemorando mais um de seus gols, com Daniel Alves, Iniesta, Xavi e Messi. Mas ao menos, por uma tarde, a comunidade respirou basquete. Deixou do lado o esporte bretão e mergulhou no mundo da NBA, prestando atenção em cada movimento de Nenê e outras estrelas da liga americana de basquete, que promoveram no Complexo, pacificado, uma clínica para crianças da região. A atividade foi mais uma ação do "NBA Global Games".

Por uma hora, Nenê e seus companheiros Al Harrington, Bradley Beal, Kevin Seraphin, Martel Webster e Glen Rice Jr., além de nomes como Horace Grant e Randy Brown, tricampeões com o lendário Bulls de Michael Jordan, bateram bola, ensinaram alguns fundamentos e arrancaram sorrisos de cerca de 60 crianças sortudas que tiveram a oportunidade de dividir a quadra com os astros da principal liga de basquete do mundo.

Martell Webster e Al  Harrington posam para foto com o Complexo do Alemão ao fundo

Se sorriram, meninos e meninas, crianças e adolescentes, também mostraram qualidade com a bola nas mãos. E surpreenderam Nenê e cia. Foram enterradas, bandejas, dribles e muita vontade de aprender com os astros, que atenciosos, vibravam a cada jogada e faziam cara de quem não acreditava quando viam uma cravada na tabela do Alemão.

- Foi lindo, maravilhoso. Isso aqui é o futuro. Eu saí daqui, não de uma favela, mas de uma comunidade simples também. Quando era criança, eu não era ninguém. E tive a oportunidade de fazer esporte e me desenvolver. Temos vários talentos aqui. É preciso apoiar, investir. E esse é um erro nosso. Temos que valorizar que o resultado sempre vem. Temos que ajudar as pessoas que elas irão nos ajudar - disse Nenê, que só conseguiu deixar o lugar quase uma hora após o fim da clínica, tamanho o assédio das crianças.

Nenê assediado pelas crianças do Complexo do Alemão

Assim que chegaram, os atletas mobilizaram a comunidade. No coração do Alemão, a Vila Olímpica ferveu. Era impossível se mover sem esbarrar em alguém. Bem recebidos, os atletas se sentiram à vontade, e Kevin Seraphin chegou a jogar truco ao lado de um membro da comissão técnica dos Wizards e um morador do local, além de passear por algumas ruas próximas do centro esportivo enquanto Nenê ainda concedia entrevista.

Kevin Seraphin joga truco com um morador

Além do anfitrião, o evento também contou com Horace Grant, tricampeão ao lado de Michael Jordan. Lenda da NBA, o ex-jogador, de 48 anos, era um dos mais empolgados. Sorrindo a todo instante e bastante participativo com as crianças, ele não escondeu a felicidade por participar da clínica. Entre um intervalo e outro, Grant parecia viajar no tempo. Criado em Augusta, na Georgia, ele nasceu em uma comunidade pobre, mas conseguiu brilhar no esporte. Grant olhava para o teleférico que liga vários pontos do Complexo do Alemão, para as casas no reboco no morro, e voltava com o sorriso ainda maior.

- Participar disso com as crianças é demais. Você dá e recebe energia. Receber um sorriso dessas crianças me energiza demais. Eu me vejo nesses meninos. Eu vim de uma vizinhança assim, cheia de problemas, tive uma infância pobre. Algumas crianças, jovens, tiveram problemas. Eram meus amigos. Mas eu preferi jogar basquete na escola. Me lembro muito bem dessa época. A minha impressão dessas crianças foi fantástica. Você aqui, passa algumas horas, e compartilha lições de basquete e de vida. É um aprendizado dos dois lados. Quem vê o sorriso dessas crianças não diz que elas estão em um lugar como esse. Definitivamente, essa experiência me trouxe boas lembranças - garante Horace Grant.

Horace Grant era o mais empolgado

Se alguns impressionaram pela história de vida, Saulo Barbosa, de 18 anos, aluno da Escobase, projeto de basquete de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, surpreendeu pelo talento. Com passagem pelo Vasco, ele ainda sonha com uma carreira profissional no esporte, e garante que vai guardar a experiência ao lado de Nenê e Grant para o resto da vida.

- Foi impressionante. Eu tentei bater bola com o Grant, com a marcação dele, e foi impossível passar. Ele é um gigante. Foi uma experiência que vou guardar para o resto da minha vida. Foi a primeira oportunidade que tive de estar perto de estrelas como eles, jogadores da NBA. Foi demais - disse Saulo.

NBA Cares no Complexo do Alemão


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